Integração lavoura pecuária garante aumento da produtividade e baixo impacto ambiental

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Com a crescente tendência mundial em adotar medidas sustentáveis para melhorar as condições ambientais, conservar o solo e mitigar a emissão de CO2 e retenção de carbono, o Sistema de Integração Lavoura Pecuária (SILP) é uma prática agropecuária que tem gerado grande interesse no segmento. A tecnologia permite maximizar o uso da terra, a produção de grãos e das pastagens consorciadas para uso na pecuária.

O projeto de pesquisa em Integração Lavoura Pecuária com a utilização do capim-marandu (Brachiaria brizantha) é conduzido, desde novembro de 2015, pelo Centro Avançado de Pesquisa em Bovinos de Corte — Sertãozinho, do Instituto de Zootecnia (IZ), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). Aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi implantado numa área de 24 hectares e será avaliado pelo período de dois anos, até novembro de 2017, com o objetivo de estudar a qualidade do solo, impacto ambiental, desempenho animal e a viabilidade econômica de sistemas em monocultivo ou integrado para produção de milho e pastagem de capim-marandu.

A pesquisadora científica do IZ, Flávia Fernanda Simili, ressalta as vantagens da utilização do capim-marandu, amplamente empregado na produção de carne bovina, devido a alta produção de massa de forragem e pelo bom valor nutritivo. “A variedade é resistente a pragas, principalmente as cigarrinhas, e pouco exigente em solos férteis, mas tem alta resposta a fertilização e alta produção de raízes e sementes, tornando-se excelente opção em consorciamento com o milho”, diz a especialista.

De acordo com a pesquisadora, foram propostos seis sistemas de produção, semeados em plantio direto, no qual a semente de capim-marandu foi misturada ao adubo de plantio do milho da Pionner (P2830H). “Entre os sistemas propostos, temos o S1, que utiliza o milho solteiro; o S2, com capim-marandu solteiro; o S3 com milho e capim-marandu consorciados; o S4, com milho e capim-marandu consorciados com aplicação de herbicida nicosulfuron para atrasar o crescimento do capim; o S5, com milho e capim-marandu semeado na adubação de cobertura do milho; e o S6, com milho e capim-marandu consorciados com semeadura do capim na linha e na entrelinha do plantio”, explica Flávia.

Após a colheita do milho, nos sistemas integrados S3, S4, S5, S6, a pastagem de capim-marandu, que já estará formada, será utilizada para avaliar o desempenho de bovinos da raça Caracu. Já no sistema de monocultivo, o milho solteiro (S1) será colhido, e a área permanecerá sem uso após a colheita, até o novo plantio em 2016. No sistema de monocultivo de capim-marandu (S2), a pastagem será utilizada pelos animais assim que estiver formada, o que ocorrerá em fevereiro deste ano.

O experimento do IZ inclui diversas avaliações do solo para verificar a sua composição química, relação carbono/nitrogênio, decomposição de palhada e emissão de CO2. Já as plantas de milho e pastagens serão observadas para identificar a altura, produção de grãos e de massa de forragem, teor de clorofila nas folhas, composição química, índice de área foliar e interceptação de luz. O ganho de peso animal e a taxa de lotação também serão estudados assim como será feita a análise econômica de cada sistema.

O desafio científico do projeto, na avaliação da pesquisadora, está em identificar um sistema de produção que intensifique o uso do solo, acelere a implantação da pastagem de capim-marandu e não reduza a produtividade do milho e que, ao mesmo tempo, proporcione o menor impacto ambiental e o maior retorno econômico aos produtores rurais. “A expectativa é que o herbicida utilizado não prejudique a implantação da pastagem e nem diminua a produtividade do milho, mas que permita o sucesso da consorciação, garantindo melhor uso da terra e aumento da qualidade do solo” diz a pesquisadora do IZ.

Fonte Original: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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