Geneci (à esquerda) e a nutricionista da Rede Municipal de Educação de Monte Sião, Isabele de Melo: produtos ganharam mais visibilidade depois da parceria com a prefeitura.
Geneci Feliz Ribeiro Ferreira sempre morou no Bairro dos Ferreira, zona rural, que fica a 20 km de Monte Sião. Ela confessa que sempre teve muita vontade de estudar, mas que “naquela época não era muito fácil por aqui” – então a produtora desistiu e resolveu investir nas atividades do campo.
Casou-se com Antônio Ferreira, que também morava no bairro. O agricultor trabalhava com milho, arroz e feijão, e também criava alguns animais no quintal. “Eu sempre ajudei meu marido, mas percebia que não era o suficiente porque a vida na roça não é fácil, ainda mais com três filhas para criar”, conta Geneci.
Foi em 2006 que a vida de Geneci começou a mudar, quando ela fez o curso do SENAR Minas de Derivados do Leite: “foi muito bom, aprendi muito e comecei a fazer algumas coisas para o consumo da família e para vender”. A produtora não sabia ainda como poderia comercializar os alimentos, mas continuou a produzir. Em 2014 ela fez novamente o curso, mas desta vez com o objetivo de aperfeiçoar as técnicas, tirar dúvidas e adquirir mais conhecimento.
Após o treinamento, foram surgindo oportunidades. Por meio de uma parceria firmada com a prefeitura de Monte Sião, ela passou a oferecer iogurte para a merenda escolar do município. “Houve bastante divulgação por parte da prefeitura e vem muita gente comprar aqui no sitio também”, diz Geneci.
Produção de derivados do leite
Para fabricar os produtos derivados do leite, Geneci investiu também em infraestrutura. Com o dinheiro que recebeu até agora, ela construiu uma cozinha nova no sítio só para a produção. É neste espaço todo estruturado que ela, com ajuda de uma prima, produz iogurte de vários sabores (morango, abacaxi, pêssego e natural), queijo frescal e minas padrão, doce de leite pastoso e em barra. Para fazer tudo isso são utilizados 150 litros de leite por dia.
A matéria prima vem do próprio sítio. Segundo ela, o marido fornecia o leite para um laticínio, mas recebia muito pouco pelo litro. Com o aumento da produção dos derivados, Geneci passou a comprar o produto do próprio marido, assim, a renda da família acabou aumentando. “É engraçado, mas o valor que eu pago é muito melhor, dessa forma um ajuda o outro”, conta a produtora, que diz ainda que com esse aumento na renda eles conseguiram comprar mais gado, uma ordenhadeira mecânica, além de utensílios e equipamentos de cozinha, embalagens e um depósito grande para armazenar a água. “GFeliz” é a marca dos produtos que também levam o selo do SIM – Serviço de Inspeção Municipal.
Educação
Além de manter a produção, a verba recebida com a atividade no campo também tem feito a diferença na educação das filhas. A mais velha, de 21 anos, mora em Monte Sião e trabalha fora. A outra, de 15 anos, que ajudava Geneci na cozinha, foi para a cidade de Inconfidentes. Lá, ela faz um curso técnico na área alimentícia e também cursa o ensino médio. E a caçula, de 7 anos, também estuda.
Geneci conta que tem pouco mais de um ano que começou na atividade, mas que hoje esse é o principal trabalho dela. “Eu vejo que já tenho conquistado muita coisa boa. As maiores satisfações que tenho são ver as minhas filhas estudando e ter o meu produto sendo bem aceito no mercado”, comemora.
Investimentos
O próximo passo é comprar um carro novo. Hoje, a produtora utiliza um veículo menor para fazer as entregas nas escolas, mas, com o crescimento do negócio, ela pretende adquirir um maior e melhor. Mesmo com algumas limitações de transporte, Geneci está feliz com o seu trabalho: “tenho planos de investir mais em minhas filhas, porque tudo que faço aqui é pensando nelas, e também melhorar o meu negócio buscando novos mercados”, finaliza.
Assessoria de comunicação do SENAR Minas
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